O que um dependente químico é capaz de fazer?

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Curitiba, 7 de dezembro de 2021, escrito por Gilson Rodrigues. A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou em seu Relatório Mundial sobre Drogas que o consumo de substâncias ilícitas chega a 243 milhões de pessoas ao redor mundo. Entretanto, nem todos se encontram em um quadro de submissão à droga ou precisam de internação.

Saiba neste post tudo o que um dependente químico é capaz de fazer e como as drogas podem afetar em sua vida e naqueles ao seu redor. A Brasil Emergência Médicas irá te contar tudo o que você precisa saber sobre dependentes químicos. Acompanhe o texto!

O que um dependente químico é capaz de fazer?

À medida que a dependência química progride, é possível observar certos comportamentos na pessoa, que começa a se afastar do seu ciclo social e se manter emocionalmente distante. As pessoas ao seu redor começam a perceber essa postura e acabam reagindo, nem sempre da melhor forma, muitas vezes sem saber o que está realmente acontecendo.

A doença da dependência química é realmente capaz de transformar o dependente, trazendo à tona atitudes que não estavam presentes, como agressividade ou alterações de humor repentinas. A mentira também pode se tornar comum, na tentativa de manipular algum familiar ou amigo que queira ajudá-lo.

O dependente químico, muitas vezes identifica a preocupação do outro como algo negativo, que irá atrapalhá-lo a usar a substância, ou até impedi-lo. Isso porque o consumo da droga se torna seu principal objetivo, trazendo bem-estar e sensação de prazer intenso e compulsivo ao usá-la.

Entretanto, é preciso ver a  dependência química como uma doença, e não falta de vontade ou fraqueza do dependente. Atacar e ofender o indivíduo só irá afastá-lo ainda mais daqueles que o ama e dificultar um tratamento e uma recuperação, que são fundamentais para tirá-los daquela situação e salvar sua vida.

O que é a dependência química?

A dependência química é uma doença capaz de alterar a capacidade cognitiva e comportamental do indivíduo, gerando sintomas físicos e psicológicos que se apresentam após o uso constante e descontrolado de drogas ou álcool. As consequências da dependência química resultam em inúmeras complicações para o dependente e as pessoas próximas a ele, seja familiar ou amigos, uma vez que todos são afetados com a doença de alguma forma.

As causas da dependência química são complexas e envolvem diversos fatores, como o ambiente em que a pessoa está inserida, fatores genéticos e fatores psicossociais. A falta de apoio emocional e estrutura familiar, assim como traumas, perdas e outras doenças como a depressão ou ansiedade, pode levar o indivíduo ao uso de drogas e a dependência química. Assim como o fácil acesso a elas ou algum tipo de pressão do grupo social em que ela está inserida.

O que diferencia um usuário de droga e um dependente químico?

É preciso saber diferenciar entre um usuário de drogas e um dependente químico. Enquanto um usuário é capaz de dominar a sua vontade e consumir a substância eventualmente, sem torná-la parte da rotina, o dependente químico é incapaz de não a consumir, não tendo nenhum domínio sobre a sua vontade. Assim, o dependente químico torna o consumo da droga um hábito e seu principal objetivo.

Com uso crônico das substâncias, o dependente químico também vai aumentando a sua tolerância e precisando de doses cada vez maiores da droga para atingir o efeito desejado, o que aumenta ainda mais os riscos e a dependência.

Ao reconhecer a realidade do indivíduo, é preciso tomar as medidas cabíveis para ajudá-lo e, portanto, no caso dos usuários, medidas de prevenção para que ele tome o cuidado necessário para não se tornar um dependente químico. Isso porque o tratamento de um dependente é muito mais complexo e difícil que o do usuário.

Quando identificar quando uma pessoa precisa de ser internada?

A internação, apesar de não ser a única forma de tratamento, pode ser necessária para garantir ao dependente químico o auxílio e o suporte especializado e multidisciplinar necessário nesse momento tão delicado.

Aqueles indivíduos que perdem o total controle da própria e apresenta riscos a si mesmo e aos outros torna a internação clínica a medida mais correta e segura, evitando consequências maiores e definitivas.

Veja a seguir alguns sinais que indicam que a pessoa precisa ser internada:

1 – O dependente químico torna o consumo da droga seu principal objetivo

Quando o dependente químico muda completamente sua rotina e seus hábitos, afetando seus horários, seu trabalho e horas de sono, pode indicar que algo está errado. Nesse estágio da dependência, é comum que muitos familiares ainda não tenham identificado o problema, percebendo-o apenas quando os sintomas se tornam mais aparentes e intensos.

Entretanto, estar atento a esses indícios pode ser uma forma de identificar os sinais e já ter uma conversa com a pessoa para providenciar algum tipo de tratamento.

2 – Alterações no comportamento

À medida que o vício se desenvolve, as mudanças no comportamento se tornam cada vez mais drásticas e aparentes. A agressividade e irritabilidade, principalmente quando questionado ou solicitado, é uma das primeiras observações feitas pelas pessoas de seu convívio.

Além disso, sintomas como frustração, impaciência e alterações de humor que vão de depressão a euforia, sem causa aparente, já são sinais de alerta. A falta de interesse pelo trabalho e por uma rotina de vida saudável também indicam que talvez seja necessária uma internação para o tratamento do dependente químico.

3 – Mentiras e desonestidade

As mentiras constantes e cada vez maiores para acobertar e esconder o vício vão se tornando cada vez mais normais para o dependente químico. No início são pequenas mentiras e desculpas, que vão aumentando e se tornando cada vez mais frequentes, a ponto de a própria começar a acreditar naquilo que está dizendo.

4 – Falta de cuidado e higiene consigo mesmo

À medida que o vício aumenta, a falta de cuidado e a negligência consigo mesmo também vão aumentando. O que antes era importante para elas, como tomar um banho, cortar as unhas, lavar os cabelos, escovar os dentes, vão perdendo cada vez mais a importância. Assim como seus relacionamentos e compromissos.

Isso acontece porque tudo passa a girar em torno do vício e na sua necessidade em consumir a substância, abandonando a si mesmo.

5 – Ficar dias fora de casa

Em estágios mais avançados, o dependente químico pode passar dias na rua sem voltar para casa. Nos momentos de lucidez, se sente envergonhado, humilhado e arrependido, mas sem forças para voltar para casa e pedir ajuda.

6 – Ocorrência de crimes em nome do vício

Como dito anteriormente, o dependente químico não tem controle sobre as suas vontades, podendo chegar a cometer crimes, como pequenos furtos e assaltos para conseguir comprar a droga.

Quando o dependente se torna um risco a si mesmo e aos de seu convívio, a internação em uma clínica de reabilitação pode ser a única saída e forma de salvar a sua vida e retirá-lo daquela realidade. A dependência química é uma doença que destrói a qualidade de vida e perspectiva do indivíduo, tornando um momento de dor para aqueles que buscam ajudá-lo.

Por isso, a importância de procurar uma clínica especializada para reabilitação do dependente químico, seja ela voluntária ou involuntária.

O que droga é capaz de fazer com o dependente químico?

No longo prazo, a dependência química traz inúmeras consequências negativas e alterações no organismo que prejudicam a qualidade de vida, o funcionamento dos órgãos e a cognição.

De acordo com o psiquiatra Carlos Salgado, que é o presidente da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e outras Drogas (ABEAD), as drogas mais preocupantes e que podem trazer maiores prejuízos à saúde do indivíduo são: o crack, a cocaína, a heroína e o oxi.

O uso constante de substâncias como essas vão acarretando ao dependente químico, além das alterações no organismo, sintomas como:

  • Tolerância
    Devido ao organismo ir se acostumando com a substância, o dependente químico vai aumentando gradativamente as doses ingeridas, em busca da sensação e prazer desejado, causando disfunções cerebrais e tornando-o cada vez mais dependente.
  • Depressão e tristeza
    Com as alterações químicas que ocorrem dentro do organismo do dependente químico, episódios de depressão e tristeza podem acontecer. Isso ocorre porque há uma diminuição da produção de neurotransmissores relacionados a sensação de bem-estar e alegria.
  • Abstinência
    A abstinência se dá quando o dependente se encontra longe do consumo da substância. Os sintomas da abstinência envolvem alucinações, tremores, náuseas, dores intensas de cabeça, palpitações, aceleração dos batimentos cardíacos e outros. As crises de abstinência podem ser bastante intensas e, por isso, trazer consequências mais graves ao dependente químico, causando arritmias e desidratação, levando até a morte.

Dessa forma, é fundamental que caso o paciente esteja em processo de recuperação, haja um acompanhamento profissional adequado para garantir a segurança e o suporte necessário ao paciente.

  • Mania de perseguição
    O ciclo vicioso que o dependente químico se encontra traz algumas paranoias e mania de perseguição como umas das alterações psíquicas. Superar essas dificuldades exige acompanhamento e ajuda médica para garantir o melhor tratamento possível para cada situação.

Os sinais e sintomas do dependente químico podem surgir separadamente ou em conjunto e quando intensos, indicam que a pessoa precisa de ajuda e não é capaz de sair sozinha do vício. Por isso, intervir e buscar ajuda pode ser a única solução.

Como lidar com um dependente químico: procure ajuda para você também

Passar por toda essa situação é, sem dúvidas, um desafio para todos. Muitas vezes, as famílias e pessoas próximas ao dependente químico sofrem ao verem alguém que amam naquela situação.

Entretanto, entender que o tratamento é a única forma de tirá-la dali e garantir uma vida digna é fundamental para salvá-la. Caso você também precise de apoio para passar esse momento delicado, procure ajuda médica e grupos de apoio, em que será possível trocar experiências com pessoas que passaram ou estão passando pelo mesmo que você.

Perceber que você não está sozinha nessa luta e ter o apoio de profissionais para superar tudo irá tornar esse longo caminho um pouco mais leve.

Por mais difícil que possa parecer, lembre-se que a dependência química tem tratamento e é possível trazer a pessoa de volta a uma vida saudável e mais segura. Conte com uma equipe de profissionais capacitada e especializada para realizar o acompanhamento e suporte necessário.

Se manter firme e forte para oferecer ao dependente químico o apoio emocional e palavras de incentivo para que ele se mantenha no tratamento também é fundamental. Todavia, é preciso ter em mente que as recaídas podem acontecer e fazem parte do processo.

Brasil Emergências Médicas: resgate de dependente químico

O resgate do dependente químico consiste no seu deslocamento do local atual até a clínica de reabilitação em que receberá os cuidados e tratamento necessários para o tratamento.

Ela pode ser feita de maneira voluntária, quando há o consentimento do paciente, ou internação involuntária, quando o paciente se recusa ao tratamento, mas apresenta riscos a si mesmo ou as pessoas de seu convívio.

Com toda uma equipe rigorosamente treinada para lidar com esse tipo de situação, a Brasil Emergências Médicas preza pela  remoção do dependente químico  feita de maneira cautelosa e humanizada, sempre de acordo com o estabelecido junto à família do paciente.

O suporte e o acolhimento de todos os envolvidos trazem mais tranquilidade e segurança aos familiares, sendo todo o processo feito da maneira mais ágil e discreta possível.

Caso precise de ajuda, conte com a Brasil Emergências Médicas!

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Gilson Rodrigues de Siqueira

Formado em enfermagem, pós graduado, palestrante em dependência química, diretor e proprietário da Brasil Emergências Médicas, Visão Tattoo e escritor nas horas vagas.