Médicos psiquiatras: O que acham da dependência química ?

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Curitiba, 13 de fevereiro de 2021, escrito por Gilson Rodrigues. Médicos psiquiatras que tenham experiência no tratamento da dependência química, podem diagnosticar o nível de dependência para evitar que o paciente apresente efeitos degenerativos cerebrais, conduzindo-o a um tratamento adequado, podendo ou não ser compulsório, mas sempre contando com o apoio dos familiares.

A medicina considera a dependência química como uma doença incurável, como o diabetes ou outras doenças sistêmicas e, em determinados casos, a única solução é promover a internação compulsória, como já é aplicada em alguns Estados brasileiros. Para alguns dependentes, é o meio de promover o tratamento até a conscientização para que o tratamento se torne voluntário.

Um dos maiores problemas enfrentados atualmente no Brasil é o consumo de drogas por crianças e adolescentes. Nessa condição, Médicos psiquiatras tomam cuidados ainda mais específicos, já que o organismo ainda está em formação e as drogas, principalmente o crack, vai agir diretamente no cérebro, mudando sua estrutura e se tornando ainda mais destrutivas.

Durante a fase de criança e de adolescente, as drogas se tornam mais destrutivas em razão de os neurônios estarem em formação. Enquanto numa pessoa adulta as drogas destroem uma parte do raciocínio, nas crianças e adolescentes elas impedem que o raciocínio se desenvolva.

Qualquer interferência nessa fase, portanto, se torna ainda mais prejudicial. A dependência química é uma doença incurável e, quanto mais tarde o dependente for tratado, mais dependente irá se tornar e seu organismo estará mais fragilizado.

Em alguns casos, o tratamento da dependência deve ser feito pelo resto da vida. O consumo de drogas, notadamente as mais potentes, provocam um comprometimento maior do estado mental e físico do usuário.

Existe ainda o grande risco, de acordo com o médicos psiquiatras, de uma criança ou adolescente se tornar ainda mais vulnerável a condições como depressão, violência e criminalidade, podendo levar o dependente químico a cometer crimes para conseguir a substância a que está acostumado.

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Médicos psiquiatras e o tratamento da dependência química

Quando o paciente está conscientizado de que é portador de uma doença, o tratamento dependência química se torna bastante simples. A partir do momento em que o usuário estiver disposto a colaborar, mesmo passando por momentos difíceis em razão da abstinência, ele irá conseguir se recuperar e retornar às suas atividades normais.

Contudo, é preciso destacar que o tratamento pode ser bastante complicado quando se trata de um dependente químico que não deseja se recuperar. Por mais que os familiares e amigos possam colaborar, o que vai ser mais importante é a vontade do próprio paciente.

Em qualquer dos casos, no entanto, médicos psiquiatras podem avaliar isso, quando o paciente está em tratamento, obrigatoriamente ele vai passar pelo processo de abstinência. O dependente químico deve se livrar de qualquer vestígio de substâncias psicoativas em seu organismo para ser considerado em recuperação.

Os primeiros dias sem consumir qualquer droga podem ser difíceis para qualquer dependente químico, uma vez que o corpo e a mente continuam solicitando a substância e seus efeitos.

Contudo, de acordo com os médicos psiquiatras, os sintomas da abstinência não têm longa duração, levando no máximo 10 dias para que o paciente não tenha mais necessidade das drogas. Quando o dependente sente necessidade depois do 10° dia, normalmente essa dependência é de natureza psicológica, não tendo qualquer necessidade física.

Quando tratamentos de abstinência de bebidas alcoólicas, por exemplo, os sintomas são bastante graves, da mesma forma que ocorre com outros tipos de droga que criam condições mais perigosas ou ameaçadoras, tanto para o dependente quanto para pessoas próximas.

Os médicos psiquiatras, nesses casos, administra medicamentos controlados, por um tempo variável, conforme a condição física do paciente, tomando os devidos cuidados para que o paciente não se torne dependente de medicamentos, trocando uma droga pela outra.

Os medicamentos aplicados pelos médicos psiquiatras servem como um suporte para s primeiros dias de abstinência, não sendo administrados durante todo o período em que o paciente fica internado.

Isso porque os medicamentos não resolvem o problema da dependência química. O dependente vai continuar apresentando sintomas de abstinência e é necessário que seja acompanhado de maneira adequada durante todo o processo.

Segundo a psiquiatria, o uso de medicamentos no tratamento dependência química não pode levar o paciente a se tornar dependente de outros medicamentos. Vai chegar o momento em que ele irá sentir menos os sintomas da abstinência e os medicamentos devem ser retirados gradualmente para que sua consciência esteja aberta à recuperação.

Existem casos de dependência química em que o quadro da abstinência se mostra mais grave, como ocorre com usuários de crack e de bebidas alcoólicas, levando a saúde a se tornar mais debilitada e apresentando complicações físicas e mentais.

Quando ocorre essa situação, os médicos psiquiatras pode indicar um tratamento mais cuidadoso, levando o paciente a um hospital e o mantendo internado por um período de tempo para que possa se recuperar fisicamente antes de continuar o tratamento.

Como vencer os sintomas da abstinência

Existem alguns casos, no entanto, que, mesmo com a medicação o paciente não consegue ficar longe das drogas. São casos em que médicos psiquiatras podem determinar a internação em uma clínica psiquiátrica para que o dependente químicos possa superar a abstinência, podendo haver necessidade de alguns meses de tratamento.

Além disso, podem ocorrer casos mais graves, quando o dependente químico, mesmo depois da desintoxicação, apresenta transtornos mentais, como confusão mental, por exemplo, que pode levar ao risco de suicídio. Esses casos também são passíveis de internação em clínica psiquiátrica.

Com relação à internação compulsória, existem controvérsias até mesmo entre os médicos. Alguns afirmam que a internação compulsória é questionável, embora uma parte dos pacientes internados dessa maneira despertem para a necessidade de tratamento.

Quando um paciente apresenta transtornos mentais mais graves que, na opinião de um médico psiquiatra possa limitar sua capacidade de decisão, a internação involuntária se torna necessária, devendo ser feita de acordo com o que determina a legislação. Nesse caso, contudo, o tratamento deve ser voltado para o transtorno mental.

Em toda internação para tratamento e recuperação da dependência química, o paciente precisa ter consciência de que vai precisar se controlar pelo resto de sua vida para não ter recaídas.

Em razão disso, médicos psiquiatras sempre recomendam que o dependente comece a frequentar grupos de ajuda mútua, como os Alcoólicos Anônimos, ou grupos de apoio em serviços especializados de tratamento dependência química. Essa participação possibilita que o dependente possa se manter motivado para não ter recaída.

Depois que o paciente vence os sintomas da abstinência, os médicos psiquiatras pode suspender a medicação, a não ser que ele apresente necessidade de medicamentos para tratamento de condições mais graves.

Durante o processo de recuperação o paciente deve ter apoio psicoterapêutico individualizado, de acordo com suas necessidades, já que cada caso se apresenta diferente e, portanto, exigindo terapias adequadas.

Por último, os médicos psiquiatras podem determinar que alguns pacientes devam passar por um tratamento mais prolongado, passando alguns meses em uma clínica terapêutica, onde o paciente poderá passar com mais tranquilidade pelas fases exigidas para que tenha uma completa recuperação.

Em todas as fases do tratamento de recuperação, é essencial que a família participe, tendo orientação por parte dos médicos psiquiatras e, havendo necessidade, também passando por um tratamento específico, podendo oferecer maior suporte para a recuperação do familiar envolvido com substâncias psicoativas.

Como a família pode ajudar no tratamento da dependência química

Os pais devem se manter em alerta com relação aos sinais apresentados por seus filhos em qualquer idade, a partir do momento em que entram na escola. Os sinais mais comuns apresentados são baixa frequência escolar e falta de rendimento no aprendizado.

Quando uma criança ou adolescente se envolve com drogas, as obrigações escolares passam a ser secundárias, já que o menor vai se preocupar mais em conseguir drogas do que com os estudos. Além disso, uma pessoa envolvida com drogas passa a se isolar com maior constância e começar a demonstrar estranho comportamento.

Na casa, os pais começam a notar o desaparecimento de objetos para que ele possa comprar drogas, enquanto que a saúde do menor também desenvolve alguns problemas, como ocorre com o crack, por exemplo, que leva a pessoa a não se alimentar direito e, consequentemente, a emagrecer.

Se isso ocorrer dentro da família, a melhor forma é conduzir a pessoa a um médico psiquiatra para que seja feito um diagnóstico sobre seu comportamento. Havendo um diagnóstico positivo, é essencial que se procure uma clínica de reabilitação para impedir que consequências mais graves ocorram.

O tratamento dependência química  pode ser feito através de diversas terapias. Em outros tempos, a medicina psiquiátrica aplicava métodos de confronto entre o médico e o paciente, procurando evitar que o paciente tivesse recaída, muitas vezes levando o dependente a se sentir culpado diante das pessoas.

Esse método, no entanto, foi abandonado há muitos anos, uma vez que não apresentou eficácia. Percebeu-se que um dependente, quando queria continuar usando drogas, não havia como removê-lo da ideia.

Atualmente, os métodos aplicados para o tratamento de dependência procuram envolver emocionalmente o paciente, motivando-o a continuar com o tratamento e encontrando motivos para manter-se lúcido, enfrentando e superando os obstáculos naturais do dia a dia.

É necessário, portanto, que o médico psiquiatra trabalhe com lado do paciente que está buscando parar com o consumo de drogas. Assim, quando o paciente consegue uma vitória, ele é levado a reforçar sua convicção e, quando tem uma recaída, encontra o apoio para continuar com sua luta.

Assim, o tratamento é mais individualizado, atendendo as características de cada paciente, levando-o a se conscientizar de que pode viver sem drogas e ter uma vida normal.

A internação é necessária?

Na maior parte dos casos de dependência química, principalmente com drogas mais potentes, a internação é necessária. Para o dependente, é muito difícil manter-se lúcido sem estar confiado, já que essas drogas oferecem sintomas de abstinência mais intensos.

A internação é feita por um médico psiquiatra para que o dependente químico possa ser protegido e para que não tenha acesso às drogas. O paciente, em abstinência, pode perder totalmente o controle sobre si mesmo. Assim, o melhor meio é passar por um processo de desintoxicação, suportando a abstinência através de medicamentos que o permitam ter controle sobre suas ações.

Devemos salientar que, mesmo com o tratamento, não podemos falar de um ex-dependente químico, assim como não podemos falar de um ex-alcoólico. A dependência química não tem cura e o paciente pode ficar alguns anos sem consumir a droga que estava acostumado e, num determinado momento, voltar a usar.

Qualquer dependente químico vai precisar de cuidados e de atenção pelo resto da vida. O acompanhamento familiar, dessa maneira, é de extrema importância para uma pessoa que se tornou dependente.

Além disso, também é preciso lembrar que não é só o dependente quem vai precisar de atenção, mas também seus familiares. Nesse caso, os grupos de ajuda mútua podem fazer um excelente trabalho, motivando as pessoas a continuar com suas rotinas e tendo mais certeza de que o dependente químico não irá retornar ao consumo desenfreado.

Como funcionam as terapias de tratamento da dependência

Depois do tratamento dependência química, quando o paciente retorna para sua família, os médicos psiquiatras devem fazer um acompanhamento para que todos possam ter novamente uma vida normal.

Uma das formas de continuar o tratamento, como já informamos anteriormente, é através dos grupos de ajuda mútua, que é uma excelente opção principalmente para os que não dispõem de reservas financeiras suficientes para outros tipos de acompanhamento.

Os grupos de autoajuda mais conhecidos são os Alcoólicos Anônimos e os Narcóticos Anônimos, que reúnem pessoas que apresentam os mesmos problemas, podendo compartilhar experiências e oferecer apoio umas às outras.

Nos grupos de autoajuda, ou ajuda mútua, o dependente químico pode compartilhar cada vitória e encontrar apoio se houver alguma recaída.

A psicoterapia é outro tipo de acompanhamento depois do tratamento, oferecendo condições para que o dependente e seus familiares possam encontrar soluções para seus problemas, para manter um bom relacionamento entre as pessoas e para ter controle sobre a situação.

Nesse caso, a família precisa ter um plano de saúde que contemple a psicoterapia, já que é um tratamento pago e, por isso, pode sair muito caro, principalmente por ser de longa duração.

Uma terceira forma de aplicar o acompanhamento após a reabilitação é a terapia familiar, uma modalidade que vai envolver todas as pessoas da família, levando-as ajudar o dependente a trabalhar com a sua própria situação.

O que podemos observar em todas essas terapias é que, sem o apoio da família, um dependente químico dificilmente poderá se livrar do uso de substâncias psicoativas, mesmo que esteja sob tratamento de um medico psiquiatra.

Esse apoio é especialmente importante, uma vez que o dependente deve tratar a situação sem o uso de medicamentos que possam torná-lo também dependente. A administração de medicamentos deve ser feita apenas enquanto ele estiver em recuperação, levando-o a enfrentar as situações de forma lúcida e consciente.

É evidente que cada pessoa apresenta um quadro distinto e, assim, somente o médico é que poderá indicar a melhor forma de encontrar soluções para cada caso ou situação. Por exemplo, quando um dependente químico apresenta outros distúrbios mentais, pode ser necessário usar medicação durante mais tempo.

O método de uso de medicamentos, no entanto, também vai exigir a psicoterapia ou a terapia familiar, oferecendo o apoio necessário para que o dependente possa se manter sob controle.

A internação deve ser feita quando necessária?

É impossível manter um dependente químico enclausurado pelo resto da vida para que não tenha acesso às drogas. Por isso, a internação é aconselhada pelos médicos psiquiatras quanto extremamente necessária.

Em alguns casos, quando o paciente demonstra vontade de abandonar as drogas, o tratamento pode ser feito em um ambulatório, tendo o acompanhamento de um médico, um psiquiatra ou um psicólogo. O paciente, nesses casos, pode continuar em sua residência e exercer suas atividades normalmente.

A vantagem do tratamento em ambulatório é exatamente essa: o dependente continua convivendo com sua família e pode contar com o apoio de todos, em vez de ficar isolado em uma clínica.

internação involuntária de dependentes químicos em uma comunidade terapêutica pode ser necessário nos primeiros tempos. Uma comunidade geralmente é localizada em ambiente próprio, numa fazenda ou chácara, onde o dependente poderá ficar um determinado tempo, recebendo a assistência de profissionais experientes que o ajudam a encontrar a motivação em sua luta.

Devemos entender que cada caso de dependência e paciente psiquiátricos é diferente e, portanto, pode ser necessário internação involuntária, lembrando que apenas médicos psiquiatras pode determinar o que seja mais eficaz para o dependente químico.

Se você tem algum familiar que não aceita ajuda, procure o tratamento e encontre uma empresa de “resgate dependente químico”. O dependente, no futuro, vai agradecer.

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Gilson Rodrigues de Siqueira

Formado em enfermagem, pós graduado, palestrante em dependência química, diretor e proprietário da Brasil Emergências Médicas, Visão Tattoo e escritor nas horas vagas.