Cadeia de sobrevivência: os elos de suporte à vida

cadeia de sobrevivência

Curitiba, 6 de outubro de 2021, escrito por Gilson Rodrigues. Médicos e profissionais especializados definiram como cadeia de sobrevivência a sequência de procedimentos desenvolvidos para guiar e salvar a vida de pessoas que sofreram uma parada cardiorrespiratória (PCR). A cadeia de sobrevivência é capaz de aumentar a eficiência do socorro prestado à vítima.

Saiba tudo sobre a cadeia de sobrevivência neste artigo. Confira também no site da Brasil Emergências Médicas mais informações sobre o assunto. Para entender melhor sobre suporte básico à vida e cadeia de sobrevivência, continue lendo!

Definição de Cadeia de sobrevivência

O Suporte Básico de Vida (SBV) consiste em um protocolo de atendimento em que é feito o reconhecimento e as manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) como intuito de manter a vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) viva até a chegada da ambulância particular ou ambulância do Samu.

No Brasil, estima-se que ocorra cerca de 200 mil PCRs por ano, sendo igualmente divididos em ambientes hospitalar ou extra hospitalar. Com uma mortalidade considerável, a falta da realização da manobra de ressuscitação cardiopulmonar, a sobrevida da vítima pode diminuir aproximadamente de 7-10% por minuto.

Suporte Básico de Vida: cadeia de sobrevivência

A cadeia de sobrevivência foi criada com o objetivo de reforçar a importância de realizar de maneira organizada e hierarquizada as atitudes recomendadas em casos de PCR em um ambiente extra hospitalar. Esse protocolo atualizado se baseia em cinco elos para serem feitos que são capazes de preservar a vida da vítima até a chegada do atendimento de emergência médica.

É preciso conhecê-los e realizá-los com o máximo de eficiência para, assim, conseguir os resultados esperados e salvar mais vidas. Vejamos então, quais são os elos a serem realizados.

Cadeia de sobrevivência

Fonte: American Heart Association

Quais os elos de suporte à vida?

  1. Reconhecimento da PCR e solicitar imediatamente o serviço de urgência e emergência especializado, como a Brasil Emergências Médicas, imediatamente.
  2. O segundo elo consiste em dar início ao protocolo de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) através do Suporte Básico de Vida com ênfase nas compressões torácicas.
  3. O terceiro passo é usar o desfibrilador externo automático (DEA), na tentativa de restabelecer o paciente precocemente e de forma efetiva.

O quarto e o quinto passo dependem da chegada do serviço de ambulância, sendo eles:

  1. Suporte Avançado de Vida, em que são realizados os procedimentos necessários para estabilizar o paciente.
  2. Por último temos os cuidados após o protocolo de reanimação do paciente, geralmente realizado já no hospital.

Qual a importância da cadeia de sobrevivência?

A cadeia de sobrevivência é primordial para alcançar o objetivo final: uma vida salva. Todos os elos são igualmente importantes e devem ser realizados de forma adequada e eficiente, por isso, conhecê-los e saber fazer cada um deles é vital para a vítima de parada cardiorrespiratória.

A identificação e tratamento precoce da PCR é um fator determinante para garantir a vida e evitar sequelas, como o comprometimento neurológico causado pela falta de oxigênio no cérebro.

Como fazer uma RCP imediata de alta qualidade:

Após acionar o serviço de emergência médica, o atendimento já é iniciado através das orientações iniciais do atendente pelo telefone ao socorrista. Ele irá dar as instruções necessárias para que a RCP seja feita de forma eficiente e adequada.

Após receber as orientações, o socorrista deve iniciar imediatamente as compressões torácicas e, em seguida, as ventilações de resgate (C-A-B em vez de A-B-C). Após as ventilações, ele terá que realizar RCP com 30 compressões torácicas seguidas por duas respirações.

Características de uma RCP bem feita:

Para que uma RCP seja bem feita, ela precisa ter as seguintes características:

A compressão do tórax deve ser feita com a frequência e profundidade adequada, permitindo que o tórax retorne completamente ao seu local depois de cada compressão.
Interromper as compressões o mínimo possível e evitar ventilação excessiva.

A recomendação é que a velocidade das compressões torácicas seja de 100 a 120 por minuto. Em adultos, é recomendado que a profundidade das compressões torácicas seja de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm), mas não superior a 2,4 polegadas (6 cm).

Como realizar uma rápida desfibrilação:

É importante que o processo de desfibrilação seja realizado entre três a cinco minutos depois da PCR. Dessa forma, aumenta-se em 70% as chances de sobrevivência da vítima. Por isso, é importante acionar o serviço de emergência médica imediatamente ou providenciar desfibrilador o mais rápido possível. É possível encontrá-lo em locais como shoppings, aeroportos e grandes supermercados, caso o serviço de emergência ainda não tenha chegado.

Caso a vítima esteja sem pulsação, o socorrista precisa, primeiramente, analisar se o DEA possui ritmo chocável. É necessário que o DEA seja utilizado antes da chegada do Suporte Avançado e a sugestão é que o primeiro choque aconteça em até três minutos após a PCR.

Situações em que as medidas de SBV não estão indicadas

É preciso saber que em determinadas situações, não é indicado a realização das medidas de SBV, pois podem acabar piorando o caso. Veja a seguir quais são:

  • Em caso de cena insegura para o socorrista, como área com risco de desmoronamento, fiação elétrica exposta, rua onde não seja possível interromper o fluxo de carros, dentre outras. Se não for possível modificar a cena de modo a garantir segurança para o socorrista, as equipes de resgate e salvamento devem ser acionadas na tentativa de socorrer as vítimas.
  • Em caso de vítima carbonizada, decapitada, em rigor mortis ou com grande evisceração.
  • Em pessoas que apresentam consciência preservada ou respondem aos estímulos.

Quais as causas da parada cardiorrespiratória?

De forma geral, a parada cardiorrespiratória está relacionada a doenças cardiovasculares em adultos. Entre elas, podemos destacar:

  • Hipovolemia – diminuição do volume sanguíneo.
  • Hipóxia – falta de oxigenação.
  • Hipoglicemia – queda significativa da concentração de açúcar no sangue.
  • Hipocalemia – concentração de potássio no sangue abaixo do recomendado (concentração normal entre 3,5 a 5,0 mEq/L).
  • Hipercalemia – concentração de potássio no sangue acima do recomendado
  • Hipotermia – temperatura corporal abaixo de 35ºC.
  • Trombose coronariana – infarto agudo do miocárdio.
  • Embolia pulmonar – a artéria pulmonar é bloqueada, causando a PCR.
  • Tensão no tórax (pneumotórax), entre outras.

Quais as sequelas da parada cardiorrespiratória?

Assim que a situação é identificada, caso não sejam feitos os primeiros socorros, podem acontecer algumas lesões cerebrais caso o cérebro permaneça sem oxigênio por vários minutos. A partir de 3 minutos, essas sequelas já podem ser graves e acima de 10, as chances de morte cerebral são altas. Dificuldades na fala e motoras são algumas das possíveis sequelas.

Cadeia de sobrevivência: Brasil Emergências Médicas

O reconhecimento imediato e acionamento precoce do serviço de atendimento especializado, como a Brasil Emergências Médicas, aumenta significativamente a possibilidade de sobrevivência da vítima. Cada minuto sem chamar ambulância impacta diretamente no desfecho final.

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Gilson Rodrigues de Siqueira

Formado em enfermagem, pós graduado, palestrante em dependência química, diretor e proprietário da Brasil Emergências Médicas, Visão Tattoo e escritor nas horas vagas.