O que as drogas fazem ao cérebro?

usuários de drogas

Curitiba, 13 de fevereiro de 2021, escrito por Gilson Rodrigues. Usuários de drogas. A capacidade cerebral é extraordinária. Através da mente e dos estímulos cerebrais, podemos sermos criativos, gerar soluções, conseguir enxergar saídas e nos desenvolve pessoal e profissionalmente.

É comum que à medida do progresso humano, o indivíduo use o seu sistema cerebral para conseguir prosperar e ser bem-sucedido. Só que, infelizmente em usuários de drogas, essa realidade inexiste!

Os usuários de drogas ficam tão envolvidos com os agentes químicos e nocivos, que deixam de produzir, de trabalhar, de conviver com a família e de desenvolver atividades salutares.

Nos atemos na maioria das vezes, apenas aos sinais visuais do que a dependência química ocasiona, aqueles famosos sintomas que dizem sobre olhos vermelhos, mudança de humor, agressividade, mudanças de hábitos, e esquecemos que da mesma forma com que o vício em drogas ataca o físico externamente, os órgãos internos e o próprio organismo sofrem e tem danos que não somente podem acarretar em outras doenças, mas também na forma como o cérebro funciona e é sobre esse assunto que falaremos hoje.

Usuários de drogas – maconha

Se algum dia você tiver a oportunidade de pode conferir o real tamanho do cérebro de alguém que não tem o hábito de fumar maconha, ficará impressionado ao comparar com o cérebro de um usuário de drogas, muito provavelmente ficará espantado!

Por exemplo, o córtex orbitofrontal – que se trata de uma parte muito importante e também crítica do cérebro, sendo assim responsável por coordenar emoções e processar decisões, num usuário de drogas, torna-se menor – como se houvesse diminuído mesmo de tamanho.

Em um estudo recente os pesquisadores e analistas da área da saúde utilizaram uma ressonância magnética para poderem acompanhar as consequências do uso da droga comumente conhecida como maconha. Os usuários analisados estavam fazendo uso dela pelo menos 4 x por semana.

Segundo as análises realizadas e colhidas, os usuários de drogas desenvolvem conexões mais intensas no córtex orbitofrontal, apesar da diminuição do mesmo. Isso quer dizer que essas pessoas ficavam mais propensas a serem mais agressivas e a terem diversos problemas que envolvia desde  depressão, epilepsia, até distúrbios dissociativos, demência, esquizofrenia, entre outros problemas deveras graves!

Usuários de drogas – Álcool

O álcool é comum. Muito encontrado em bares e em diversos recintos. Festas e jovens estão sempre envoltos dessa bebida, e é aí que em muitos casos, um adolescente, um pai de família ou até mesmo uma filha querida se torna alcoólatra.

Bebidas alcoólicas podem causar várias alterações no sistema nervoso central. As mudanças ocorridas variam entre vários sinais e a depender da pessoa, os sintomas mais comuns são:

  • Causa lentidão.
  • Vista turva.
  • Incompreensão dos acontecimentos.
  • Perde-se momentaneamente parte do senso motor.
  • A memória é afetada drasticamente.

O álcool altera as funções metabólicas e da mesma forma que afeta o indivíduo de forma física, deixando-o popularmente como é conhecido por bêbado. Também se mostra capaz de afetar as partes cerebrais, causando dependência e distúrbios desde hormonais, até o comprometimento de outras áreas, como é o caso do cérebro.

Já foi verificado por meio de estudos que 80% das pessoas que são alcoólatras, sofrerão drasticamente com uma doença chamada de Síndrome de Wernicke- Korsakoff.

Por sua vez essa patologia produz problemas com:

  • Confusão mental.
  • Perda de coordenação motora.
  • Alterações da visão.
  • Entre outros!

Usuários de drogas – Cocaína

Você com certeza já ouviu falar da cocaína. Uma das drogas mais potentes e consumidas em todo o mundo. Infelizmente.

Mas muito provavelmente, não pode sequer suspeitar do que a cocaína é capaz de fazer ao cérebro!

Em questão de poucos segundos, a cocaína entra na corrente sanguínea e vai direto para os campos cerebrais, chegando nessas regiões, há uma sensação de intensa euforia, causado pela sobrecarga de dopamina, um psicoativo da cocaína.

A sensação é tão forte que testes realizados em alguns animais fizeram com que eles trocassem comida pela droga. Só isso indica a forte influência que o vício causa! Deixando a pessoa dessa forma, prisioneira!

Algumas mudanças no córtex pré-frontal também são diagnosticadas – região que fica responsável pela tomada de decisões e das inibições.

Alguns estudos realizados no mundo inteiro informaram que a droga começa afetar as estruturas cerebrais logo nas primeiras dosagens, em pouco tempo, mudanças são perceptíveis sem dificuldades!

Em resumo as drogas podem afetar de forma diversa e além disso, trazer consequências temporárias e/ou permanentes, como:

  • Diminuição da atividade cerebral.
  • Deprimir o funcionamento do cérebro.
  • Podem também causar euforia e agressividade.
  • Há o funcionamento irregular e desproporcional das atividades intracerebrais.
  • A mente fica perturbada.
  • Tem dificuldade para raciocinar.
  • Ocasiona mudanças de humor.
  • Diminui a percepção de perigo ou medo, fazendo com que o indivíduo tenha ações e reações movido pelo impulso e ilusão de estar seguro, quando na verdade não está.
  • Estimula a impulsividade.
  • Descontrole emocional e quanto as decisões.

Quanto antes o usuários de drogas  puder receber apoio e tratamento, melhor, já que as áreas cerebrais não foram tão afetadas e há como, os resultados positivos serem alcançados mais rapidamente.

Mesmo que o dependente químico esteja no vício há muito tempo, ainda é possível ter recuperação, mas para tal é preciso uma iniciativa, seja dele mesmo ou da família que precisará tomar a decisão de uma internação involuntária, por exemplo.

Nossa maior missão é trazer conforto para todos aqueles que de algum modo, estão sofrendo pela dependência química  de um ente querido, que muitas vezes, já perdeu completamente a noção e sobriedade da necessidade de se manter longe desse mal.

A internação tem se mostrado a melhor forma de tratamento, mas requer decisão firme da família ou do paciente que precisa ser tratado. O mais importante é nunca esquecer de dar apoio e amor, e além disso, não aceitando o fato de que sozinho a pessoa possa se curar sozinha, pois esse pensamento se trata de uma ilusão.

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Gilson Rodrigues de Siqueira

Formado em enfermagem, pós graduado, palestrante em dependência química, diretor e proprietário da Brasil Emergências Médicas, Visão Tattoo e escritor nas horas vagas.