Tratamento psiquiatra pode ajudar você?
Curitiba, 13 de fevereiro de 2021, escrito por Gilson Rodrigues. O médico psiquiatra é um profissional formado em medicina e especializado na área de psiquiatria. Sua formação o leva a ser capacitado para o diagnóstico de transtornos mentais e para o tratamento de cada paciente.
O profissional, dessa forma, pode tratar pacientes bipolares, portadores de depressão ou ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo e dependência química, que é um dos grandes problemas de saúde da atualidade.
Com sua formação e experiência, o médico psiquiatra é o responsável pelos cuidados e tratamentos com quaisquer manifestações de cunho psíquico indesejável, utilizando, grande parte das vezes, medicamentos específicos para conter essas manifestações.
Um psiquiatra, dessa forma, pode diagnosticar qualquer tipo de transtorno mental, seja ele leve, moderado ou mais grave. O paciente, quando dependente químico, deve ter o acompanhamento desse profissional que, através de sessões e, quando necessário, de medicamentos, poderá fazer com que o dependente químico possa superar todos os problemas que o conduziram a essa condição, inserindo-o novamente na sociedade.
Sumário
O que é a dependência química e os profissionais envolvidos no tratamento
A dependência química é uma doença crônica, que pode se desenvolver devagar ou mais rapidamente, dependendo do tipo de droga utilizado. Seu tratamento envolve uma terapia multidisciplinar, ou seja, para que o dependente químico possa ser recuperado são necessários diversos profissionais especializados:
Psicólogos
No tratamento de dependência química, o psicólogo é o profissional que tem como objetivo tratar os motivos que levaram um paciente em tratamento a recorrer às drogas para tratar problemas pessoais ou familiares.
A dependência não se desenvolve sozinha: ela é ativada pelo uso das drogas que, por sua vez, é consumida por uma pessoa para se livrar da realidade, procurando uma saída para os mais diversos problemas.
No tratamento de dependência de drogas, é o psicólogo que leva o paciente a entender e resolver seus problemas para que ele possa se recuperar e superar o que considera obstáculos intransponíveis.
Além disso, o psicólogo também é responsável por conduzir o paciente a manter o seu próprio controle, principalmente quando passa pela crise de abstinência, uma fase em que ele pode desenvolver quadros de ansiedade que prejudicam a recuperação e que podem se transformar em gatilho para uma recaída.
Terapeuta ocupacional
O terapeuta ocupacional se ocupa com a redução do dependente químico em tratamento que apresenta dificuldades para realizar qualquer tarefa, por mais fácil que seja. Sua função é fazer com que o paciente reconstrua sua vida normal, atendendo suas necessidades.
Durante a terapia ocupacional, o paciente em tratamento é analisado em todos os seus aspectos, realizando atividades que fazem parte da terapêutica aplicada, sendo conduzido a superar as próprias dificuldades e entender que possui habilidades para retornar a uma vida social normal.
Nutricionista
O nutricionista, durante o tratamento de dependência química, tem como responsabilidade cuidar do organismo do paciente, criando uma dieta adequada para que ele possa se recuperar também fisicamente.
Durante o processo de desintoxicação, o organismo de qualquer dependente químico se torna extremamente debilitado, levando-o a perder peso, não se alimentar corretamente e, em consequência, não tendo todos os nutrientes exigidos para uma boa saúde.
Com os cuidados prestados pelo nutricionista, o dependente poderá passar pelo processo de desintoxicação e síndrome de abstinência com mais forças para superar essa fase.
Enfermeiros
Os enfermeiros são responsáveis pelo acompanhamento do dependente químico durante todo o processo de recuperação. Como um paciente pode passar por crises, o enfermeiro é o primeiro profissional a oferecer os cuidados exigidos para cada situação.
O enfermeiro, além disso, também presta assistência aos outros profissionais e atende em situações especiais exigidas, como o fornecimento de medicamentos prescritos e cuidados pessoais, em casos que assim o exijam.
Trata-se de um profissional indispensável para o tratamento de dependência química, fazendo um acompanhamento diligente e prestativo, oferecendo ao paciente todas as condições para que consiga se recuperar.
Em muitos casos, quando não há necessidade de internação, o enfermeiro é o profissional que faz o acompanhamento externo, inclusive com visitas em domicílio, dependendo da debilidade do paciente.
Médico psiquiatra
O médico psiquiatra é o profissional mais adequado para atuar junto ao dependente químico quando o paciente não consegue se livrar de seus transtornos mentais. Assim, por exemplo, quando um dependente faz uso de substâncias que deprimem o sistema nervoso central, a abstinência pode levá-lo a crises mais severas que só podem ser tratadas pelo psiquiatra.
Em situações mais graves, é o médico psiquiatra que faz a avaliação do paciente e verifica se há necessidade de qualquer tipo de medicamento, além de fazer o devido acompanhamento para que ele possa superar a crise e não ter recaída.
Um dependente químico em tratamento geralmente apresenta doenças mais profundas, como esquizofrenia, depressão, ansiedade, que o podem levar a pensamentos ou ações suicidas que, com a terapia do médico psiquiatra, podem ser superadas mais facilmente.
Além dos profissionais que atuam diretamente no tratamento da dependência química, no entanto, é preciso destacar fundamental importância dos familiares e dos amigos, que são os principais responsáveis pela oferta de apoio e amor para que o paciente possa encontrar o caminho da recuperação.
O que um dependente químico tem necessidade para se recuperar é paciência, compreensão e apoio e tudo isso é fornecido pelos profissionais responsáveis pelo tratamento e pelos familiares e amigos que se prestam ao acompanhamento.
Entendendo a dependência química
O cérebro humano possui uma área responsável pelo prazer, denominado sistema de recompensa. É essa área que nos oferece prazer em comer, em dormir, em fazer sexo ou mesmo em praticar qualquer tipo de esporte.
A área do sistema de recompensa é que foi responsável pelo desenvolvimento da espécie humana, levando os primitivos a repetir as boas experiências, como, por exemplo, o prazer na atividade sexual, ou mesmo se abrigar numa caverna em torno de uma fogueira para fugir do frio.
É exatamente nessa área que uma droga vai interferir. Muito embora cada tipo de droga possa oferecer um efeito diferente, todas elas levam o usuário a sentir prazer com seu uso.
Uma droga só vai gerar dependência química quando oferece prazer ao usuário, como acontece com a maconha, que é relaxante, ou com o crack e cocaína, que levam o usuário a se sentir mais forte e mais ativo. O LSD, por exemplo, que apresenta uma ação perturbadora, é uma droga que não causa dependência.
A dependência química é provocada pelo uso de drogas que são buscadas para sentir prazer ou porque o dependente possui algum transtorno mental que não consegue solucionar. Entra exatamente aí a importância da participação do médico psiquiatra no tratamento.
Um dos objetivos do médico psiquiatra é fazer com que o sistema de recompensa reverta suas preferências e isso só pode ser feito a partir do momento em que o dependente químico consegue enfrentar os seus problemas e encontrar forças necessárias para vencer a vontade de sentir prazer.
Uma pessoa que não é dependente química pode ter dificuldade em entender como é que um usuário, mesmo tendo a saúde deteriorada, não consegue deixar de usar a droga. Esse é um tipo de comportamento que está refletindo a disfunção do sistema de recompensa, e é essa disfunção que o médico psiquiatra deve resolver.
Entende-se que a dependência é um processo natural, como um aprendizado. Um usuário de maconha, por exemplo, quando sente os sintomas de abstinência não consegue fazer qualquer coisa se não usar a droga.
Quando fuma, sente-se mais relaxado e capacitado para fazer o que precisa. No entanto, quando os efeitos da droga desaparecem, fica novamente impaciente e nervoso, retornando ao uso da substância. Dessa forma, seu inconsciente vai aprendendo que, com a maconha, ele sente mais prazer e procura evitar os momentos em que não sente prazer.
O médico psiquiatra, além de estar preparado para oferecer um tratamento condizente com a condição do paciente, o leva a entender que pode encontrar prazer em outras coisas ou atividades que não a droga.
O médico psiquiatra e os problemas provocados pela dependência química
Pode-se questionar que o tratamento de dependência química não precisa de um médico psiquiatra.
O grande problema é que as substâncias ilícitas não agem somente sobre o sistema de recompensa, atuando também sobre outras áreas e alterando o próprio cérebro. Assim, se o usuário sente prazer através de uma fonte artificial, ele não vai buscar outra coisa que exija maior esforço.
As drogas pervertem a forma como o usuário procura o prazer, deixando-o fissurado apenas naquele, deixando de lado qualquer outra atividade ou objeto que, mesmo sendo uma grande fonte de prazer, não oferecem aquilo que ele precisa, ou seja, o prazer imediato.
De uma forma geral, a primeira droga que uma pessoa utiliza é a maconha, que muitos consideram a porta de entrada para drogas mais pesadas. Sabe-se, também que, quanto mais cedo uma pessoa entra em contato com qualquer droga, maiores serão as possibilidades de que desenvolvam a dependência química, já que sua experiência de vida também é menor.
Com o tempo e com o consumo de drogas, a pessoa acaba desenvolvendo uma dependência crônica, que acaba sendo acompanhada por transtornos mentais mais sérios. Esses transtornos mentais só podem ser cuidados por um médico psiquiatra.
O tratamento da dependência química é complexo, já que se trata de uma doença crônica. Depois de se tornar dependente, o usuário de drogas nunca mais será a mesma pessoa, mesmo que não tenha recaída.
Ele será responsável pelo seu autocontrole, devendo evitar qualquer estopim ou gatilho que o conduza novamente a procurar o prazer imediato oferecido pelas drogas. Contudo, se não conseguir encontrar solução para seus problemas, se não souber superar todos os obstáculos que deve enfrentar, certamente irá ter uma recaída.
O trabalho do médico psiquiatra é fazer com que o usuário se conscientize, através das consultas e do tratamento proposta, de que ele tem condições de superar qualquer adversidade, além de ter também a consciência dos prejuízos que as drogas provocam, seja no organismo ou na mente.
O contato com drogas e o desenvolvimento da dependência química
O grande problema da dependência química é que não podemos antever suas consequências. Quando uma pessoa entra em contato com as drogas, é impossível prever o caminho que ela vai percorrer no futuro.
Para os familiares que têm um dependente químico em casa é importante tomar todos os cuidados, principalmente quando se trata de um adolescente. Não adianta se enganar, considerando que seja apenas uma experiência e que tudo vai passar com o tempo.
Esse mesmo adolescente que “pode estar passando por uma experiência”, se desenvolver dependência mais grave, em poucos anos estará com a saúde deteriorada, ou poderá estar vendendo drogas para satisfazer suas necessidades. Portanto, sempre que se tomar conhecimento de um usuário contínuo de drogas, é preciso ter consciência de que ele se tornou dependente e que precisa de tratamento.
Certamente não são todos os usuários de drogas que precisam de tratamento, mas os familiares não podem negar o tratamento ou fazer vistas grossas a um usuário contínuo.
Quando se trata de adolescentes, principalmente, os pais precisam estar alertas a alguns fatores que exigem acompanhamento. Assim, por exemplo, se um adolescente é flagrado fumando maconha, o ato não deve ser considerado como inofensivo, e sim como um alerta para acompanhamento mais criterioso.
Se esse adolescente se torna dependente químico ou mesmo se procura drogas mais pesadas, o que é um fato bastante comum, ele, no futuro, irá apresentar um comportamento destrutivo, poderá se tornar um marginal e, assim, é preciso evitar ocorrências mais graves.
O médico psiquiatra e o tratamento da dependência química
O tratamento para dependência química é a forma mais adequada para recuperar um usuário de drogas, sendo um processo de longo prazo e que exige diversos cuidados para que o usuário não retorne ao mundo das drogas.
O médico psiquiatra é um dos principais responsáveis pelos bons resultados do tratamento da dependência química, oferecendo tratamento individualizado a cada paciente, atendendo as necessidades físicas e mentais do paciente e não apenas se preocupando em livrá-lo das drogas.
Para que o tratamento seja eficaz, no entanto, não basta apenas a terapia ou os medicamentos fornecidos pelo médico psiquiatra, mas sim um conjunto de pessoas, formada pelos profissionais anteriormente mencionados e, principalmente, pelos familiares, que são fundamentais para o sucesso da empreitada.
A internação em uma clínica especializada, levando o dependente à desintoxicação é apenas o primeiro passo para sua recuperação. A partir daí o dependente vai passar por fases ainda complicadas, onde a presença do médico psiquiatra é de extrema importância, principalmente quando ele desenvolveu, em conjunto com a dependência, sintomas mais graves de transtornos que já estavam presentes ou que tenham se desenvolvido durante o tempo em que consumiu drogas.
Os primeiros meses depois do início do tratamento é, certamente, a fase em que o dependente químico está mais vulnerável a uma recaída. Nessa fase é preciso manter todos os cuidados para que o paciente possa recuperar inclusive sua saúde emocional, fortalecendo sua força de vontade e se dedicando a atividades que não o façam sentir falta das drogas.
Nessa fase, o médico psiquiatra é quem poderá determinar se o paciente em tratamento irá precisar de qualquer tipo de medicamento para superar a abstinência, controlar a fissura e conter sua impulsividade.
Ao mesmo tempo, o dependente químico em tratamento deve prestar toda a sua colaboração, participando de grupos de autoajuda, não faltando às consultas marcadas, tomando os medicamentos prescritos e mantendo-se distante de amigos e pessoas com quem consumia drogas.
Um paciente em recuperação geralmente passa por fases de falta de controle, podendo retornar ao consumo de drogas em qualquer momento do processo de recuperação.
A psiquiatria define algumas condições que podem ocorrer, como, por exemplo, os lapsos, quando o dependente químico usa qualquer droga por um determinado período, mas não de forma contínua e, assim, pode ou não retornar ao consumo desenfreado. A recaída, por seu turno, é quando o dependente volta a fazer uso das drogas de forma contínua, como antes do tratamento.
A recuperação de um dependente de drogas é um processo bastante longo e, na maior parte das vezes, bastante difícil, não apenas para os familiares, mas principalmente pelo próprio dependente químico que, ao ter a recaída, vai se sentir fracassado e ainda pior do que estava emocionalmente antes do tratamento.
É preciso, portanto, fazer o acompanhamento do dependente em recuperação, evitando que possa ter recaídas mais graves que o levem a precisar de resgate através de ambulância particular ou que seja encontrado no estado irreversível que todos os pais temem: a morte.
Se você tem algum familiar que não aceita ajuda, procure o tratamento e encontre uma empresa de “resgate dependente químico e psiquiátrico”. O dependente, no futuro, vai agradecer.
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